quarta-feira, 16 de outubro de 2013

Curitiba recebe os gigantes do Hard Rock – Whitesnake/Aerosmith


  
O público curitibano teve a honra de receber duas das melhores bandas de hard rock de todos os tempos, em um dia que prometia muita chuva, barro, capas de chuva e eventuais resfriados no dia seguinte, mas a noite surpreendeu, em todos os aspectos.

           Escolhido para o local do show, o BioParque é como uma Mesopotâmia (mantidas as suas devidas proporções toscas), pois fica entre os rios Belém e Iguaçu, o que faz a sensação de frio aumentar consideravelmente por conta da umidade. Diferente do show do Ghost/Slayer/Iron Maiden (que também prometia chuva – Curitiba né?!) o clima não gelou o rosto dos fãs, alguns que estavam esperando na fila desde domingo de noite.

Bom, vamos ao que interessa...

                David Coverdale mostrou que ainda resta voz – E QUE VOZ – aos 62 anos. Começou agitando o público com um hit de mais de 25 anos, do álbum “Whitesnake”, “Give Me All Your Love”, sendo uma boa escolha para o prato de entrada. Todos cantaram em uma só voz os refrões dos maiores clássicos como “Love Ain’t No Stranger”, “Is This Love”, “Here I Go Again” e “Still of the Night”.



           Nada faltou no que diz respeito ao estilo, desde cabelos esvoaçantes, caras e bocas, roupas extravagantes, calças de couro, coletes abertos e até mesmo um duelo entre os guitarristas Dough Aldrich e Reb Beach, que fizeram o público delirar. Covardale esbanjou jovialidade, percorrendo o palco todo com uma camisa do Brasil semiaberta, sendo extremamente cordial, cativando a todos, reforçando o porquê de toda sua fama ao longo da carreira de quase 50 anos. Além dos solos virtuosos, também teve solo de gaita e de bateria.

             Visivelmente o vocalista do Whitesnake ficou um pouco incomodado com o fato de não poder utilizar a passarela exclusiva do Aerosmith, onde Perry e Tyler dominariam instantes depois, “Must have a fucking treasure here” disse ele, apontando para as pequenas barragens que o impediam de andar pela extensão frontal do palco.

                A apresentação foi perfeita e natural, fechando com clássicas do Deep Purple, "Burn" e "Stormbringer"  incluindo até mesmo os errinhos de notas e derrapadas no vocal, fazendo com que o público sentisse a veracidade da performance, o lado humano dos rock stars. Uma bela abertura para um verdadeiro espetáculo que viera em seguida.

Os monstros do rock ‘n’ roll invadem o palco e dominam o público do início ao fim

                As luzes se apagaram e o vídeo de introdução do show começou a passar nos telões, chamando a atenção de todos, esquecendo por um momento o palco, voltando os olhares para lá novamente apenas quando a apresentação apocalíptica – Global Warming Tour – teve fim, surpreendendo o público que teve a surpresa de ver Steven Tyler e Joe fucking Perry (como o vocalista o chamou ao final do show) praticamente no meio do público, na ponta da extensão frontal do palco, onde, para a felicidade dos fãs, permaneceram a maior parte do tempo.



                A música de abertura definiu a temática e expressão do show, “Let The Music Do The Talking”, deixando a música falar literalmente por duas horas. Assim como Coverdale, Steven Tyler demonstrou todo o amor que tem pela música, em todos estes anos de carreira em incessantes shows ao longo de quatro décadas. Com um visual extremamente glam, composto por chapéu, lenço no pescoço (que depois foi para a cabeça), óculos escuros, calça roxa colada, o vocalista do Aerosmith mostrou que ainda tem muita bala na agulha. Conhecido pelo meio musical por ter uma técnica impecável, dominou os agudos e sustentou as notas com virtuosidade.

               Infelizmente não estava presente o baixista Tom Hamilton, pois passou mal e teve que voltar ao país de origem, não podendo participar de nenhum dos shows da turnê no Brasil e em seu lugar teve o carismático David Hull da banda paralela de Joe Perry, a Joe Perry Project.

               “Pink”, um dos hits mais conhecidos da banda, foi a quinta música. No trecho ”Pink when I turn out the light”, o frontman colocou a mão em frente ao rosto, como se tivesse sustentando uma chama e soprou, fazendo com que todas as luzes do local se apagassem, fazendo o público delirar.

    Ao longo do show pegou uma bandeira do Brasil que o publicou jogou, colocou nas costas, dançou e se comportou como o rock star que é. Foi à parte de trás do palco e cantou um trecho da música “Living on the Edge” no meio de duas belas garotas e visivelmente tentou provocar um beijo a três que não foi recepcionado pelas moças.

Pouco antes de cantar “What it takes”, Steven expressou sua admiração pelo nome da cidade de Curitiba, falando quase como uma conotação sexual “It’s good to say that... show me your Curitiba” fazendo o público cair na gargalhada.


O público recepcionou tão bem os músicos que o bis teve 5 músicas, formando o ponto alto da noite, quando um piano foi levado à parte da frente da passarela, onde o Steven Tyler tocou “Dream on” e ao longo da música, Joe Perry subiu por uma mini escada no instrumento, concretizando a cena mais bela do espetáculo.

                Um show sensacional, digno de uma das bandas mais clássicas do rock 'n' roll.

Setlists:

WHITESNAKE

1) Give Me All Your Love
2) Ready an’ Willing
3) Love Ain’t No Stranger
4) Is This Love
5) Slide It In/Slow an’ Easy
6) Love Will Set You Free
7) “Steal Your Heart Away”
8) “Fool For Your Love”
9) “Here I Go Again”
10) “Still of the Night”
11) “Burn”/”Stormbringer”

AEROSMITH

1) “Let The Music Do The Talking”
2) “Love in an Elevator”
3) “Toys in the Attic”
4) “Oh Yeah”
5) “Pink”
6) “Dude (Looks Like a Lady)”
7) “Same Old Song and Dance”
8) “Cryin’”
9) “Last Child”
10) “Jaded”
11) “Combination”
12) “What it Takes”
13) “Livin’ on the Edge”
14) “I Don’t Wanna Miss a Thing”
15) “No More No More”
16) “Come Together”
17) “Walk This Way”

Bis:
18) “Dream On”
19) “Sweet Emotion”
20) “Crazy”
21) “Movin’ Out”
22) “Train Kept A-Rollin’”


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