Por volta das 4:30 da madrugada fui acordado por minha gata miando
alto. Era aquele típico meado
enjoado, longo e chato de quando as gatas estão em seu estado mais caliente.
“Céus, inventam tanta merda pra gatos, bem poderiam inventar um vibrador para os bichanos, seria um
aparato bem procurado.”, pensei enquanto levantava para dar uns safanões na
Frida, que estava fazendo sua exibição inutilmente no meio da sala. A
pobrezinha não conseguiria nada, ainda mais pelo fato de que moro no oitavo
andar. Nenhum gato seria Magaiver o
suficiente para chegar até a donzela que estava se fazendo de pão para levar salsicha.
Dada à bronca, fui à cozinha tomar um copo d’água e comecei a
sentir uma leve queimação no
estômago. Pensei na possibilidade de ser meu estômago pedindo por comida e
resolvi dar uma olhada na geladeira. Um vasto
mix de alimentos: uma banana com cara duvidosa, um pote de maionese com a cor esverdeada
e uma latinha de cerveja Kaiser. Peguei a
banana. Como de costume, a Frida começou a mendigar e lhe servi um pouco de
ração. Voltei para a cama.
7:00 da manhã acordei novamente,
desta vez por uma dor de estômago mais intensa. Procurei por algum remédio na
cozinha e nada encontrei. Acordei minha madrasta e questionei se tinha algo
para ajudar a aliviar a dor. Recomendou que eu tomasse um pouco de água quente
com canela. Esquentei a água,
adicionei a canela e mandei brasa. Não demorou nem 1 minuto para que minha dor
se intensificasse e começasse a me preocupar. Resolvi ir até o hospital.
A dor foi aumentando
gradativamente e já na espera do pronto atendimento eu me contorcia de dor, era como se meu estômago estivesse em chamas e
tive que me deitar nas cadeiras de espera. Era um pátio branco e enorme com
pelo menos 100 cadeiras de espera, mas estava quase vazia, salvo por mim e por
uma senhora com aparência de que poderia morrer a qualquer hora, conseguia ver uma barrinha de HP em cima de sua cabeça e indicava apenas 3 de life. Era magrinha, tremia e a cor dos
olhos era clara. Estava só o pó da gaita.
Um pé
na cova e outro na casca de banana. Sorriu para mim e pude ver a barrinha
diminuir para 2 de life. “Não se
esforce tanto, Tutankamon”, pensei e
retribui com um sorriso falso. É difícil sorrir de verdade quando se tem a
sensação de que há óleo de cozinha quente em seu estômago.
Tantas portas naquele maldito
salão e nenhum médico dando as caras. Cheguei a pensar na possibilidade de ter
apenas um caboclo para atender naquele horário e o maldito deveria estar cagando. Chegou um pai acompanhado de um
garoto de uns nove anos com uma bola de basquete e uma camiseta do Ben 10. Entrou farofando no salão, batendo a bola por tudo quanto é canto e
mascando chiclete com a boca aberta. “Santo Cristo, espero que engula essa
porcaria de chiclete e passe a precisar mesmo de um médico, moleque pentelho!”.
A dor acentuou meu matinal mau humor
e qualquer coisa me irritava.
Depois de uma eternidade, um
médico abriu a porta. Tinha cabelo preto, liso e penteado para o lado que acentuava
um topete meio gay e usava um
tradicional estetoscópio apoiado no
pescoço.
- André! –
chamou
Levantei com
dificuldade e fui caminhando em sua direção comemorando a chegada do momento.
Enfim eu ia me livrar da dor com algum remédio
daqueles que esses caras nos dão e tudo fica certo. Conforme fui chegando mais
perto, olhou pra mim e disse novamente:
- André da
Silva?
Este não era eu. Neguei
com a cabeça e ele repetiu para o salão quase vazio:
- André da
Silva!
Ouvi
passos desesperados atrás de mim e pude ver o sorriso triunfal do garoto pentelho com a mão levantada:
- Sô eu!
Enquanto
passava por mim, olhei-o com olhos cerrados, mordendo o maxilar e mostrando-lhe
os dentes. A raiva me invadia e intensificava
as pontadas vindas do meu estômago.
Ele parecia sadio e mesmo assim teve
o privilégio do atendimento por ser criança.
Antes de entrar na sala com seu pai e o doutor, olhou pra mim e mostrou o dedo médio, rindo abestalhado.
Mais meia hora de espera, ainda
deitado nos bancos e sentindo dor absurda. A velha já tinha sido atendida, mas
não eu. Brasil de merda, pagar plano de
saúde não te dá privilégio algum. Estava cogitando a ideia de ir a um
postinho quando uma porta se abriu.
- André
Fonseca!
Era um
velho de baixa estatura, com cabelos grisalhos, enormes entradas e um bigodão que chegava a esconder seus
lábios. Desta vez era eu.
Durante a consulta, questionou a respeito da minha alimentação e
sobre o que ingeri recentemente. Mencionei a canela. Pediu-me para deitar na maca e massageou minha barriga em
algumas áreas e quando acertou o ponto certo, gritei de dor. Sentou em sua mesa e fez umas anotações.
- Acredito
que seja gastrite, você terá de
comprar estes remédios. Agora vamos aplicar uma medicação para melhorar esta
dor.
Na sala de medicação, umas senhoras
conversavam sentadas em suas poltronas, enquanto aguardavam suas medicações. Pareciam
tranquilas, ao contrário de mim. Com os pés afastados da cadeira, tentava me
deitar, enquanto gemia de dor, que
ficava cada vez pior. Enfim a
enfermeira chegou trazendo um suporte com um pacote em cima.
- Putz,
isso é soro?
- Não, é morfina.
- Hm.
Já tinha
ouvido falar de morfina, não tinha
ideia de como funcionava, mas amigos meus contaram que a substância poderia te
deixar doidão, além de amortecido.
Como minha dor tinha chegado a
um nível absurdo, fui transferido para uma maca em uma sala cheia de divisões
por cortinas, pois precisava mesmo deitar. A enfermeira era baixinha, tinha cabelos loiros e curtos,
usava óculos e aparentava ter uns quarenta anos, completamente inexpressiva. Na primeira vez errou
minha veia, tentou outra vez e errou de novo. Mudou de braço e voilá, a substância começou a entrar por
minhas veias.
Minutos se passaram e não senti
diferença alguma. A dor persistia,
até mesmo se intensificava e, vencido pelo sofrimento, lacrimejava. Mesmo depois de trinta por cento da substância do
pacote tendo adentrado meu organismo, nada
mudara. Comecei a procurar um botão
daqueles que se usa quando quer chamar alguém e para minha surpresa, o botão
não existia. Olhei para o lado e por uma fresta na cortina, avistei uma bela garota conversando com alguém que eu
não conseguia enxergar. Ela estava pálida, não parecia estar em seus melhores dias
também, mas mesmo assim sua beleza
era notável.
- Hey, por
favor, pode pedir para uma enfermeira vir aqui? Estou com uma dor lazarenta.
A garota
pediu a pessoa que estava com ela para que procurasse uma enfermeira e em
poucos minutos, a enfermeira loirinha abriu a cortina.
- Ainda
sinto muita dor, demora muito tempo
para fazer efeito?
Então ela
regulou algo na válvula que liga o pacote
ao tubo e disse que a morfina desceria mais rápido. Terminado o pacote, a dor
ainda era absurda, não tinha sentido melhora alguma e pedi para a garota chamar
a enfermeira novamente, ela repassou
o recado como antes e a logo chegou com o doutor que havia me atendido.
- Doutor,
ainda sinto uma dor cabulosa, parece
que esse remédio não fez nem cócegas.
Ele
conversou algo que não escutei com a enfermeira e logo em seguida ela veio com
outro pacote.
- O dobro da dosagem desta vez, é uma
medicação forte.
A partir daí tudo começou a ficar bem
estranho.
Conforme o volume do pacote foi diminuindo, ia me sentindo cada
vez mais estranho. Não sabia mais
diferenciar o que era dor e o que era mal estar. Não sabia se queria vomitar ou ir ao banheiro e tinha dificuldade para organizar meus pensamentos. Na parede em que minha
maca estava encostada, havia um relógio de ponteiros no qual não conseguia ver
que horas eram. Havia tirado meus óculos
logo que deitei na maca, o que dificultava enxergar com nitidez, mas mesmo de longe eu tinha a impressão de que todos os
ponteiros estavam se movendo com rapidez, todos ao mesmo tempo. Próximo ao relógio via luzes que pareciam reflexos
de faróis de carros passando pela rua.
O médico abriu a cortina e perguntou:
- Como se
sente?
- Ainda
sinto dor.
Fez umas
anotações numa prancheta e falou algumas coisas que não compreendi. Suas
palavras ou sumiam ou eram distorcidas, mas captei a mensagem, pois escutei as
palavras raio-x e tomografia.
Esperei
mais um tempo deitado e logo a loirinha chegou novamente, tinha um papel em
suas mãos.
- Você vai ter que ir ... andar ... corredor
... esquerda ... depois ... de novo ... esquerda ... elevador ... sala de ...
perto de ... falar com ... voltar. Tudo bem?
Quando
terminou de falar, apontou para um corredor. Não tinha ideia do que tinha que
fazer e nem para onde ir. Suas palavras estavam além da minha sanidade.
Respondi monossílabo:
- Ok.
Tinha
muita dificuldade em me comunicar.
Primeiro porque não conseguia raciocinar direito e segundo porque parecia que
minha língua estava morta. Sentia um
estranho conforto em ficar calado,
mesmo que pudesse comprometer minha compreensão.
Levantei da maca e meus pés
caíram pesados no chão, acho que
subestimei a gravidade. Peguei o papel de suas mãos, fui andando lentamente
pelo corredor e avistei ao fundo uma bifurcação.
O caminho parecia longo e quanto
mais eu andava, mais ele parecia se esticar.
O trajeto era todo igual, sem nem um
quadro, porta ou decoração, tudo muito branco, o clássico cenário mórbido dos hospitais. Com as pernas
pesadas ficava mais difícil de andar e me apoiei na parede para prosseguir, estava
seguindo meu próprio caminho do calvário.
Virei à esquerda, encontrei umas
cadeiras e sentei ali mesmo. Minha cabeça rodava,
não conseguia lembrar quais eram as malditas direitas ou esquerdas das
quais a enfermeira havia falado e resolvi ficar no banco. Estava bom ali.
Meu cérebro navegava em calmaria total e também não
tinha rumo, estava apenas desfrutando da brisa do mar. Navegava tranquilo, o céu estava limpo e o vento batia em meu
rosto trazendo uma maravilhosa sensação de liberdade.
Sem pessoas por perto, sem cidade, apenas o céu, o mar e o ar. Tranquilidade total.
Porém, os
momentos de prazer não duraram muito.
O céu começou a se fechar e em poucos segundos começara a cair uma forte chuva.
A luz dos trovões tomava o céu em um
cenário apocalíptico e um deles
acertou meu barco, sucedendo o naufrágio. Conforme o barco afundava, eu corria
imbecilmente para a polpa como medida desesperadora e inútil. A água foi cobrindo meus pés, minhas pernas e quando chegou
a minha barriga, senti uma enorme náusea.
Mar adentro, vi cadáveres
segurando espadas que atravessavam seus estômagos
e quando notei, estava fazendo o mesmo. Olhei novamente para os cadáveres que
agora sorriam vendo minha autoflagelação.
Sentia a espada dilacerando minhas tripas.
Vomitei.
De volta à realidade, tinha dado
um belo banho no chão. Um líquido amarelado
e marrom cobria o piso branco do
hospital. Ao fundo do corredor avistei um homem de camiseta social, calça jeans
e sapato. Ele era careca e conforme
foi se aproximando identifiquei quem era. Por sorte meu pai havia chegado.
Começou a falar algumas coisas
que não entendi, sentou ao meu lado
e fiquei escorado nele. Uma mulher passou nos olhando e tive a impressão que
achou que éramos gays. Meu pai
novamente falou, desta vez pausadamente e com muito esforço consegui entender o
som que se esvaia baixo por seus
lábios:
- André,
você precisa ligar para alguém do trabalho informando que não vai, já fez isso?
Peguei meu
celular, naveguei por entre os contatos, encontrei o nome de um amigo da
empresa, disquei e entreguei ao meu pai, não tinha condições de falar. Enquanto ele comunicava minha ausência, uma senhora loira, baixinha e
de óculos começou a passar o pano no chão, limpando minha sujeira. Ela era idêntica à enfermeira, só mudava a cor
do uniforme, este era azul.
Na companhia de meu pai, andava abobalhado por entre o hospital. Peguei
elevador, virei direitas e esquerdas e sentei próximo a uma porta. Meu pai me
deu um abraço e foi embora. Tinha um quadro
próximo a porta que me chamou atenção. Era uma moça em um jardim. Seus cabelos ruivos cobriam um vestido verde de camponesa e ela sorria serenamente
enquanto regava as rosas. Seus lábios eram rosa claro e o vento que batia em
seus cabelos transcendia paz. Olhou
pra mim, piscou e disse:
- Olá,
como vai?
- Não
muito bem, eu acho. E você? Parece
legal regar essas rosas.
- Está um
belo dia para cuidar do jardim. O que você tem?
- Meu
estômago está uma merda, não sei o que houve.
- Você vai
melhorar, fique tranquilo.
Neste
momento, a porta se abriu uma enfermeira saiu. Esta também era loira, baixinha
e usava óculos. Fiquei confuso.
- Está
falando com quem?
Nada
respondi, apenas entreguei o papel que a outra enfermeira tinha me dado.
- Ok,
vamos ao raio-x.
Entregou-me
uma roupa daquelas de hospital, o tal camisolão.
Fui ao banheiro da sala, tirei toda minha roupa, vesti a outra e voltei.
- Feche o
camisolão.
Fiquei
abismado com minha falta de semancol. Estava com a o camisolão aberto, com o saco à mostra, fazendo um belo papelão. Fechei o camisolão e tirei os raios-x.
Algum tempo depois a enfermeira
voltou com o uns papéis e disse uma porção de outras coisas que não entendi. Sentei na cadeira
novamente e ela disse:
- Você
precisa entregar os exames ao médico.
- Não consigo andar.
Saiu da
sala e voltou com uma cadeira de rodas.
Entendi a mensagem desta vez e me acomodei nela. Apesar de estar me sentindo um
inútil, não ligava. Durante o
percurso, fechei os olhos. Estava em alta velocidade, acelerando pela rodovia
que costurava os Alpes, sentindo o vento frio em meu rosto, pilotando um conversível. Do alto das montanhas tudo ficara mais belo, um
cenário paradisíaco em meio a um sol
escaldante. Pisava fundo, era o rei
das estradas. 200km/h era pouco, tinha todo o controle em minhas mãos. Estava
fazendo uma curva a 100km/h quando só consegui ver um vulto e virei o volante
para a direita, rompendo a cerca e caindo montanha abaixo. Quando abri meus olhos, já me encontrava na
sala das macas.
Voltei para a maca, entreguei os papéis à enfermeira loirinha que
parecia a mesma de todas as outras.
Ela me entregou uma garrafa de um litro
e meio de um líquido que parecia água, mas servia para a tomografia
funcionar. Tomei aquela porcaria,
sentia meu estômago recusando cada mililitro e comecei a ficar enjoado novamente. Esperei por mais
instruções.
A loirinha chegou com minha cadeira de rodas e lá fomos nós
para mais um exame. Não tinha ideia de quanto tempo havia se passado, estava um saco ficar naquele
hospital, queria voltar para casa e descansar. A sala para realizar a tomografia era bem próxima a sala do
raio-x. Acenei para a ruiva do
quadro.
A enfermeira baixinha apontou
para uma cadeira e ali sentei, esperando o atendimento.
Quando saiu da sala, apagou a luz e
fiquei no escuro. Algumas luzes vermelhas
vindas de um equipamento iluminavam um pouco a sala. Não estava ruim, bem pelo
contrário, eu estava curtindo e mesmo que quisesse, não conseguiria chamar
alguém, pois minha voz tinha sumido. A sala era quente e confortável.
Vi um pedaço de lenha logo abaixo
de uma mesa, estava reluzente. Seu
brilho se intensificou e dele saiu uma chama. A sala se iluminara e com a lenha
queimando, dando um aspecto de casa do campo.
O perigo era iminente, pois muitos cabos de energia estavam próximos ao fogo,
mas eu não queria estragar todo
aquele visual, era confortável
demais. O fogo ficou ali derretendo
uns cabos e parte da mesa enquanto eu observava.
Duas loirinhas idênticas entraram
na sala e acenderam a luz. A lenha sumira
junto com o fogo e o aspecto de casa do campo. Comecei a ficar enjoado novamente. Enquanto preparavam uma
injeção, conversavam junto à mesa e não deixei de notar o assunto. Mesmo mal da compreensão, escutei:
- Você
está saindo com o Dr. Rodrigo? Mas ele não é casado?
- É sim, mas
não tem problema, quem é casado é ele!
Ah
loirinha piranha! Esse tipo de putaria tem em tudo quanto é trabalho.
O ser humano é um escroto, cada dia
que passa só tenho mais certeza disso. Aplicaram a injeção em mim e logo que terminaram, senti um súbito enjoo. Meu
cérebro tentou formular alguma frase educada, mas em meio a palavras e
organizações de sentenças naufragando
ou caindo montanhas abaixo, consegui
apenas gritar:
- VÔMITO!
Uma das
loirinhas puxou com o pé um cesto de lixo para perto de mim e ali mandei uma
bela quantidade de gorfo, com direito
a jatinho. Enchi o cesto tão
perfeitamente quanto uma máquina de café enche o copinho, na medida.
Fiz a tomografia fadigando,
estava cansado pra cacete, hospital
tem uma energia tão ruim que consome
até sua alma. Logo após o exame, conseguia me sentir melhor, a dor já era pouca e retornei para a maca onde dormi
por um tempo. Acordei mais consciente, coloquei meus óculos e olhei para o relógio, eram exatamente sete da noite.
- Como se
sente, André? – disse o médico.
- Ainda
sinto dor, mas pouca. O que sinto mesmo é fome.
– não tinha comido nada até então.
- Vamos
providenciar um lanche. Alguém pode te buscar? Você ainda está sob o efeito de
medicação.
- Sim,
ligarei para o meu pai.
- Já trago
os resultados dos exames.
O lanche chegou. Aquela delícia que só os hospitais conseguem
servir: duas torradas, três bolachas de água e sal e alguns potinhos com geleia
e manteiga, explosão de sabor. Liguei
para o meu pai.
Enquanto comia feito pedreiro que acaba de sair da
construção, o médico chegou com uma pasta aberta e vários papéis, que deveriam
ser os exames.
- Olha,
não tem problema grave algum em seu estômago, é gastrite mesmo. Recomendo procurar um gastroenterologista para
iniciar um tratamento e regular muito bem sua alimentação.
- Tá certo.
Meu celular tocou, era meu pai
informando que estava me esperando em frente ao local. Saí do hospital, entrei
no carro, dei um abraço no meu pai e cumprimentei meu irmãozinho que perguntou:
- Dé, o que você
tava fazendo lá?
- Tive um dia
cheio de aventuras, Gabriel. Hoje conheci uma bela camponesa, dirigi a 200km/h,
andei de barco e até mesmo vi um incêndio em um lugar que tinha pelo
menos oito mulheres exatamente iguais!
-
Nooooooooooosssa! Sério irmãozão?!
- Hahahaha
brincadeira, maninho, foi apenas um dia
no hospital!