Hoje
presenciei uma das cenas mais caóticas da minha vida, com tantas cenas
inescrupulosas que meu cérebro não conseguia absorver por inteiro, um caos
definitivo. Não presenciei as cenas horríveis no Pré-carnaval do Largo da
Ordem de 2012, mas acompanhei as notícias nos jornais e pelos posts nas redes sociais. Não tinha ideia do que é uma guerra civil até estar nela. Bom,
vou descrever desde o momento em que cheguei neste pré-carnaval de 2013.
Ao chegar no
Largo da Ordem, subindo pela rua da igreja, vi o China de esquina, que vende
tubão, mais cheio do que nunca. Fontana e tubão na mão da galera, muita gente
louca, cagando para a passagem dos carros, pelo respeito à mulher. Ao me
aproximar do Cavalo Babão (local central do Largo, para quem não conhece), vi
três corpos estirados. Dois virados de bruços e um virado para cima, cheio de
sangue no nariz. Perto desses dois tinha um grupo de adolescentes vomitando
aquele Fontana vermelho enquanto outro grupo distinto filmava com celulares, rindo
da desgraça alheia.
Até encontrar
meus amigos, vi duas brigas, covardia para tudo quanto é canto. A quantidade de
destruição era tamanha que chegava a parecer normal. Gente andando por um lado
da calçada, perto de uma briga, uns adolescentes vomitando, garrafas sendo quebradas,
comércio de crack. Era muita gente e muito fervo. Quem disser que era meia
dúzia de gente que estava avacalhando o evento estará mentindo. A porcentagem
de gente que estava participando da diversão incoerente era enorme.
Infelizmente uma das festas mais bonitas da cidade está atraindo um público
muito triste, sádico.
Assim que
encontrei meus amigos, todos já comentaram a respeito do caos evidente, que tinham visto
gente apanhando, da mesma maneira que eu vi: gente sangrando, gente sofrendo.
Não sou acostumado a ver esse tipo de coisa, sou do tipo que não gosta de ver
UFC porque não gosto de ver briga, imagina só quando acontece dessa maneira. Certa
hora nós fomos ao banheiro e no caminho vimos uma multidão correndo e ao fundo
se ouvia o som das bombas de efeito moral e dos tiros de borracha. Comecei a
correr e logo me perdi dos meus amigos e ao longo do trajeto até o ponto de
ônibus, vi caras enfrentando a polícia, gritando “Pega eu!”.
Foi a primeira
vez que vi um público tão positivamente envolvido com o caos. Muita gente rindo
e se divertindo, como se tivesse acontecendo um espetáculo. Cheguei a pensar
que era o fim do mundo, ainda mais depois de ter acontecido a tragédia em Santa
Maria. Uma amiga postou no Facebook que já passou a hora do mundo acabar e
tenho que concordar com ela. É tanta gente sem respeito que chegar a beirar o
surrealismo. O código de honra virou artigo de luxo.
Ainda não sei
de tudo que aconteceu para desencadear naquele inferno, mas digo que tinha
muita gente que merecia. Imagina só uma fileira de carros tentando passar e um
monte de criaturas balançando os veículos, a custa de nada, só pelo prazer de “apavorar”.
Gente vandalizando carros sem qualquer ponta de consciência. Por causa de
muitas pessoas aconteceu o que aconteceu. O Brasil precisa muito de educação,
urgente! É preciso educar para que esse tipo de coisa mude, pois do contrário
este apocalipse zumbi destruirá progressivamente toda a sociedade. A polícia está
errada? E quem estava lá? A sujeira é uma só! Os eventos públicos estão virando
um campo de batalha e o ser humano só está provando que é doente por destruição.
Triste e decepcionante observar no que a sociedade se tornou.
ResponderExcluirO mundo está sem controle e sem valores.
ResponderExcluirOs aspectos da cidadania vistos desde a infância não são passados pelos pais que não sabem mais educar seus filhos. Falta educação, cultura, atenção e carinho.