Planejamento
Já fazia algum
tempo que eu queria acampar, é um hobbie, mas não mexia minha bunda gorda para
organizar nada. Certo dia, sentado em frente ao computador, comecei a dar uma
olhada nos feriados e me dei conta que sete
de setembro seria perfeito para realizar a trip, já que seria numa
sexta-feira.
Criei
o evento, selecionei as pessoas da minha lista que acreditei terem algum
interesse em acampar e logo começamos a movimentar opiniões de lugares. Até
chegarmos a consenso, demorou um pouco. Sugeri o Recanto dos Papagaios, mas logo ficamos sabendo que o lugar é cheio
de vileiros muito mal freqüentado e optamos por ficar longe dos farofeiros.
Eis
que alguém falou de uma tal de Cachoeira
do Panelão, lugar sensacional, com muitas árvores, trilhas e obviamente,
uma belíssima cachoeira. Para estruturar melhor o “evento”, escrevi
um documento em formato 5W2H. O documento
também serviu para mostrar aos indecisos que a viagem era possível, detalhando
passo a passo como tudo funcionaria. Venda
bem seu peixe e conquiste vários clientes!
O
grande problema é que o Panelão
estava em reforma. Liguei para os proprietários e fui informado de que o local
talvez abrisse para o feriado de sete de setembro. Todos nos animamos e várias
confirmações apareceram. Teve uma hora que faltou até carona para todos que
confirmaram, de tanta gente que estava interessada. Chegamos a um detalhe bem
importante, que também foi o divisor de águas da nossa aventura eminente, o preço do Panelão. O proprietário do
local confirmou a abertura e também informou o preço...
O amigão queria nos cobrar quase CEM MANGOS (R$ 100) para passar três
dias no local, um absurdo para quem quer curtir um acampamento, que deveria ser
até então um programa de pobre mais econômico do que viajar para praia
ou semelhantes. Quando o cara não quis nem negociar, independente de quantas
pessoas iriam, fiquei com vontade de mandá-lo tomar no rabo e desliguei
o telefone, informei o pessoal do problema financeiro em questão e todos
concordaram que seria inviável.
Tínhamos
pensado também na Cachoeira do Alemão,
local já conhecido e aprovado por mim em outra empreitada. Pelo que lembrava, a
diária no Alemão era dez mangos, então gastaríamos no máximo trinta para os
três dias. Não parecia tão legal quanto o
Panelão, mas era o que tinha para hoje nossa única opção, pois todas
as outras eram ou muito longe ou muito caras. Nos 48 do segundo tempo uma
galera começou a desistir e cheguei a pensar em abortar o evento, mas na noite
de quinta-feira conseguimos 2 carros, 1 fusca e 12 pessoas.
Hey Ho! Let’s Go!
Combinamos de
nos encontrar as 8hrs no posto Ipiranga da sete de setembro, próximo a praça do
Japão. Devido ao atraso de três horas da Natália problemas de logística, saímos de Curitiba as 11hrs.
O detalhe é que para economizar espaço nos carros, resolvemos amarrar algumas
malas no rack do Herbie, o fusquinha
malandro.
Fui suficientemente esperto para colocar meus travesseiros em cima do fusca, escolha da qual futuramente me arrependeria amargamente (vocês descobrirão na sequência o porquê).
Fui suficientemente esperto para colocar meus travesseiros em cima do fusca, escolha da qual futuramente me arrependeria amargamente (vocês descobrirão na sequência o porquê).
A
estrada estava tão agradável de trafegar quanto quando ficamos com vontade de
cagar enquanto tomamos banho, você não quer fazer isso, mas é necessário. O Huppes estava com um
bigodinho a lá Fred Mercury e um boné com desenhos abstratos, dirigindo o
Herbie deixava a cena um tanto quanto caricata. Ao longo da rodovia, nosso
amigo fusca estava indo bem, chegando até 100
km/h, pasmem. Ia chacoalhando feita batedeira em mãos de Parkinson, mas
ainda assim, rumando seu destino.
A
situação começou a ficar delicada quando quase batemos no carro do nosso amigo
Philippe, dando uma freada que fez o Herbie derrapar, parando a poucos centímetros dele. Nosso motorista sinalizou:
- O freio colou.
Curioso com o pronunciamento,
questionei:
- Como assim? Que porra significa
isso?
- Estamos sem freio.
- Hm.
Tensão total. Trafegar pela
rodovia sem freio parecia um tanto quanto perigoso, mas como eu estava em total
espírito de aventura, liguei o foda-se não me preocupei.
Chegamos
à estrada de terra e o fusca parecia desenvolver melhor, segundo o piloto
Huppes, ele tinha sido feito para navegar neste tipo de estrada, como se fosse
um mini Jeep. Conforme íamos progredindo no percurso, lembrei de um detalhe
importantíssimo...
Estrada de terra... bagagens em
cima do Herbie... meus travesseiros... merda.
Conclui que afinal de contas não
seria uma das noites mais agradáveis dormindo no meu saco de dormir e com
travesseiros 100% poeira de estrada. O espírito aventureiro sempre presente,
desanimar jamais, o negócio é AVENTURA!
Pouco
depois de passar por uma placa que indicava apenas 4 km do nosso destino,
tivemos nossa primeira parada, não para apreciar a vista, não para descansar e
tomar água fresca em uma bica, mas para prestar devido atendimento ao Herbie,
que estava apresentando um sintoma preocupante... fumaça saindo do motor. Abrimos o capô e lá estava o problema, bem
em frente aos nossos olhos. Ainda bem que o problema era bem visível, coisa que
até aqueles golfinhos que colocam círculos e quadrados em espaços
quebra-cabeça, conseguiriam identificar. Duas engrenagens próximas e uma
correia solta...
A continuação do relato virá a seguir para que o post não fique maior
do que já está :D
Não sei se você percebeu, mas falou, falou e não disse nada. Sobre o objeto do assunto: a cachoeira do Alemão. Nem fotos...
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